Nos últimos tempos, a inflação não tem assombrado tanto os brasileiros, mas sim o seu oposto: a deflação. Em abril – primeiro mês completo de quarentena na pandemia – o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IBGE) registrou deflação de -0,31%. Esse número mostrou a maior retração mensal no IPCA desde agosto de 1998. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses também é a menor em mais de 21 anos.
Mas o que é
Antes de tudo, a deflação consiste numa taxa de inflação abaixo de zero ou negativa. É quando um índice de preços, que reflete uma determinada cesta de consumo, mostra queda na média dos preços coletados.
Para o consumidor, esta queda de preços pode parecer uma notícia positiva em um primeiro momento, a fim de aumentar o poder de compra das pessoas. Porém, se a deflação persistir, pode ser uma ameaça para a economia, pois a queda constante dos preços torna-se um incentivo para que se adie o consumo, podendo até reduzir a demanda de bens e serviços e prejudicando a geração de empregos e renda. A queda no índice de preços também faz com que a taxa de juro real (taxa de juros descontada a inflação) se torne maior.
Qual o cenário neste momento de quarentena?
Durante a pandemia, as pessoas continuaram consumindo alimentos e até aumentaram estoques, porém houve redução no uso de transportes públicos e privados, fazendo com que este segundo puxasse o índice para o lado negativo.
Segundo economistas, é difícil chegar a um quadro de deflação persistente no Brasil em 2020, a não ser que a quarentena se estenda por muito tempo. Porém é notória a retomada da economia em alguns países do mundo, e também em diversas regiões do Brasil.
Além disso, de acordo com as divulgações do Boletim Focus, o IPCA está projetado para o patamar de 1,57% no final de 2020, ficando abaixo das metas do governo. Mesmo havendo esta deflação pontual, ainda fecharemos o ano “com a inflação”.
E quanto aos títulos de inflação do mercado financeiro?
Trazendo para os investimentos de Renda Fixa em crédito privado atrelados a “IPCA + taxa”, haverá uma retração na rentabilidade desses ativos por parte do pagamento IPCA. E dependendo do valor da taxa pré-fixada, pode sim afetar o título como um todo neste mês pontual de inflação.
Porém, é imprescindível que haja resiliência por parte dos investidores em relação ao foco de horizonte a longo prazo para estes títulos, visto que a média anual para este tipo de taxa supera imensamente a taxa básica de juros (Selic), que está em seu menor patamar da história do país. O importante é que se tenha em mente que estes títulos garantem o poder de compra no longo prazo, com o pagamento do IPCA na rentabilidade.
Portanto, segundo economistas, a